sábado, 11 de agosto de 2012

Além do que é visto em campo

Começo a escrever este texto após o segundo gol do México na decisão do ouro olímpico. O futebol dessa Seleção me fez voltar a torcer por ela desde os amistosos do meio do ano. A postura agressiva, a opção de Mano Menezes pela ofensividade sólida com talento, a variação de jogadas e a confiança de reverter resultados adversos dão outra experiência ao torcedor. Porém me entristece e me assusta ver tanta gente boa em campo mas sem nenhum poder de decidir uma partida.



Queria fugir de eleger um culpado ou apontar uma ou mais causas para que novamente o Brasil não consiga vencer uma competição, apesar do bom futebol. Também não quero dizer nada sobre "perder para nós mesmos", como se jogássemos sozinhos ou se não considerássemos o aproveitamento das falhas do adversário como virtudes nossas.

Mas o fato é que não há um só jogador brasileiro em atividade que meta medo nos adversários. Neymar é o que chega mais perto, porém é um medo de ser "humilhado na pelada" com os dribles desconcertantes do garoto. E não um temor de que, a qualquer momento, ele vai matar o jogo e carimbar a taça.

Não podemos ficar refém dos resultados, ainda mais se nosso objetivo maior é a Copa do Mundo. O trabalho de Mano é bom, a Seleção encontrou um rumo e as Olimpíadas seriam mais uma etapa de triagem de quem é capaz de vestir a amarelinha. Neto, Gabriel, Rafael e Juan mostraram que não, pelo menos por enquanto.

No entanto precisamos nos debruçar sobre essa reflexão: por que nossos jogadores não são mais decisivos na hora H? O que acontece na formação e na administração de seus talentos que não lapida esse tipo de coisa?

Enquanto não nos preocuparmos com isso, pode trocar técnico e o time todo que não vai resolver. Ainda mais numa Copa dentro de casa.



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