terça-feira, 18 de maio de 2010

A revolta dos palhaços

Como diria Charles Henriquepédia, o mais novo integrante do Pânico na TV: "esse Felipe Melo é um brincalhão". A mesma destemperança (ou seria falta de inteligência?) que o desgovernado volante exibe em campo aparece fora dos gramados.

Primeiro, bateu boca com o jornalista Paulo Vinicius Coelho, da ESPN Brasil, quando recebeu um questionamento sem a penugem da Globo. Poderia ter respondido com o tom da superação, mas preferiu mostrar as travas do Kichute. Nem quando se desculpou fez diferente.

Agora, em entrevista coletiva, mostra que é o discípulo de Dunga no quesito rancor. Foram muitas declarações polêmicas, mas destaco apenas a mais emblemática: 

"Os números dizem tudo, o que vale é o resultado. Temos que parar com esta palhaçada de ficar criticando!"

Acho que o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, acabou de perder o emprego. Ninguém expressou melhor o ponto de vista dessa Seleção, desse técnico, desse grupo. Resultado acima de tudo, e as críticas são coisa de palhaço.

Felipe Melo ainda vocifera contra a mídia, que parece ser sempre do contra e, não importam as convocações, inventam nomes a serem pedidos. Concordo que a imprensa esportiva deve repensar seus arroubos extremistas, mas como viver num mundo sem críticas? Como ser um jogador de futebol brasileiro, com visibilidade global, sem achar que será criticado?

Os profissionais do esporte mais popular do pais estão muito mal acostumados com a Escola Galvão Bueno de Jornalismo, especialista em fazê-los sorrir mesmo quando não merecem, mesmo quando precisam repensar seus caminhos. E esses atletas/técnicos também não percebem que é essa mesma Escola que os execra sem piedade quando convém (vide Roberto Carlos e o meião).

Se os números dizem tudo, e Felipe cita os seus próprios na Juventus, podemos então dizer que ele é um fracassado. O que ele ganhou na Itália? Nada, assim como a Seleção de 82, que o "Dunguinha" cita na mesma entrevista, com desprezo.

E ainda sobra pros palhaços, coitados.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dunganation

Depois de umas férias forçadas do blog, consegui voltar. Mas como todo mundo já disse tudo e mais um pouco sobre a convocação do Brasil para a Copa 2010, listo apenas as perguntas que ficaram sem resposta:

- Se Ganso e Neymar não foram convocados por falta de experiência na seleção principal, por que Grafite, com 26 minutos jogados pelo Brasil, vai à Copa?

- Se a justificativa para levar Grafite é para ter um outro centroavante "trombador" como reserva de Luís Fabiano, por que não há um outro jogador assim na lista de espera? Caso um dos dois se machuque, o reserva é o magrelinho veloz Diego Tardelli;

- E por que Ganso está na lista reserva, correndo o risco de entrar na Copa sem a tal experiência?

- Por que Jorginho se irritou tanto ao compararem a situação de Neymar à de Pelé em 1958? Pelé não era o Rei do Futebol antes da Copa da Suécia (aliás, era reserva).

Confesso que estou sem estômago para as questões extra-campo da Copa do Mundo. Estou ansioso pra ver logo os jogadores em campo, a bola rolando, que é o que mais importa.

É muito difícil viver num mundo tão extremista, numa dinâmica em que o próprio Dunga acaba sendo, com toda a sua voluptuosidade, um excelente bode expiatório para qualquer que seja o resultado. Se vencer, gênio; se perder, fez tudo errado. Não consigo pensar dessa maneira.

Mas também não aceito sofrer maus-tratos. Ligar a TV para ouvir xingamentos de técnicos em coletivas ou ter que aturar o jornalismo esportivo brasileiro (salvo a exceção de PVC e alguns outros da ESPN Brasil) cobrindo uma Copa do Mundo como se eu não tivesse cérebro, é dose.

Esse 11 de junho vai demorar a chegar...